Com o apoio de entidades representativas de Classe - como a APEOESP, a Cristãos Contra o Fascismo, ciclo-ativistas (defensores do uso de bikes como meio de locomoção) e diversos sindicatos de trabalhadores – foi lançada, oficialmente, nesse sábado (8), a pré-campanha da Bancada Feminista do PSOL de Osasco, candidatura coletiva nos moldes das já existentes na capital paulista e na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Para a cidade, o evento, realizado no Sindicato dos Químicos Unificados, representou um marco na luta pelo protagonismo das mulheres na política, em defesa da bandeira feminista popular, antirracista e de inclusão do público LGBTQIAP+.
A Bancada Feminista é um movimento pela ocupação das mulheres na política que tem ganhado cada vez mais força. A primeira eleição ocorreu em 2020, para a Câmara de Vereadores de São Paulo. Em 2022, também foi responsável por eleger as deputadas estaduais mais bem votadas de SP e do país, que conquistaram mais de 259,7 mil votos válidos.
Em Osasco, a Bancada é formada pelas professoras da rede estadual e dirigentes sindicais da APEOESP, Ana Lima e Lucilene Souza, e pela profissional de saúde, Sônia Alvarenga. O trio, se eleito, também promete lutar contra as privatizações implementadas pelo atual prefeito e pelo governador do Estado, que dificultam e pioram o acesso da população aos serviços de transporte, saúde e educação. Outra pauta combatida pelo partido é a implantação das famigeradas escolas cívico-militares, que representam um retrocesso, custam o dobro de escolas convencionais e não têm qualquer representação entre as 100 melhores escolas públicas do país.
Para demonstrar seu apoio à Bancada, estiveram no encontro a presidente municipal do partido, Marilu Rodrigues; a co-deputada estadual da Bancada Feminista na Assembleia Legislativa, Sirlene Maciel; o dirigente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Helton Souza “Bastos”; e o ex-prefeito de Osasco e pré-candidato ao Executivo Municipal este ano, Emídio de Souza (PT). Em um breve pronunciamento, Emídio ressaltou a importância de as mulheres ocuparem a política para que Osasco retome seu lugar de destaque no cenário nacional.
“Temos o 7° PIB do país, mas este PIB precisa ser materializado em políticas públicas que façam a diferença na vida das pessoas. Essa Bancada Feminista, com um projeto progressista e inclusivo, tem a tarefa de dar um novo rumo para nossa cidade”, avaliou.
“Qual é a concepção de cidade que nós queremos? Nós vamos levar para dentro da Câmara Municipal discussões sobre construção de ciclovias, sobre o valor exorbitante das passagens no transporte coletivo, sobre o fim das escolas cívico-militares, e rever os contratos de privatização das unidades de saúde. Chegou a hora das mulheres serem protagonistas de sua própria história”, afirmou Ana Lima.
A também professora Lucilene Souza também não poupou críticas à atual gestão municipal. “Temos um Plano de Educação que nunca vimos funcionar. As escolas das periferias de Osasco são muito diferentes das unidades da região central. Queremos melhores condições de trabalho para os educadores e qualidade de ensino para nossos estudantes”, defendeu.
Representando a área da Saúde, Sônia Alvarenga fez coro às companheiras de partido. “Queremos uma Osasco que pense na vida das mulheres. Nas mães que precisam de creche onde deixar os filhos para poder trabalhar fora e nas mulheres que necessitam de acesso a um serviço público de saúde que seja digno e de qualidade”.
Nas eleições deste ano em Osasco, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) faz parte da coligação formada por cinco partidos: PSOL, REDE, PT, PC do B e PV.
Quem são as pré-candidatas da Bancada Feminista?
Ana Lima – nascida em Osasco, tem 47 anos, é professora da Rede Estadual e dirigente da APEOESP, tendo sido uma das responsáveis por encabeçar diversas lutas em favor da Classe Trabalhadora na cidade.
Lucilene Souza – nascida em Londrina (PR), se mudou para Osasco há 17 anos, é professora efetiva da Rede Estadual, onde não tem poupado esforços para conquistar melhores condições de trabalho para os profissionais da Educação e mais qualidade de ensino para as crianças e jovens.
Sônia Alvarenga – nascida em Itaúna (MG), Sônia tem 62 anos, é mãe, avó de duas crianças e militante no Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Desde que se mudou para Osasco, Sônia abraçou os problemas da cidade e tem colocado sua disposição de luta para melhorar a vida da população.