O processo de fechamento da Escola Estadual Jornalista Roberto Corte Real, em Cotia, foi denunciado em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), organizada pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). Rodolfo Vieira, representante da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de Cotia e Vargem Grande Paulista, expôs a situação crítica enfrentada pela comunidade escolar.
Segundo Vieira, a decisão de fechar a escola e transformá-la em uma unidade do Programa de Ensino Integral (PEI) foi tomada de forma autoritária, sem consulta ao Conselho de Escola ou diálogo com a comunidade. "É uma decisão que vem de cima, sem ser discutida com a comunidade escolar, à revelia do Conselho de Escola", afirmou.
A E.E. Jornalista Roberto Corte Real, localizada no bairro do Rio Cotia /Parque Alexandre, já enfrentou uma tentativa de fechamento em 2015, durante o processo de reorganização escolar. Na época, a mobilização de professores, alunos e comunidade conseguiu reverter a decisão. Agora, a escola enfrenta novamente a ameaça de encerramento de suas atividades como instituição de ensino regular.
O representante da APEOESP destacou que os alunos estão sendo redirecionados, sem opção de escolha, para a E.E. Antonieta, uma escola PEI. "A E.E. Roberto Corte Real é uma escola regular, e esses alunos estão sendo redirecionados assim, sem escolha", explicou Vieira.
A situação dos professores também é preocupante. Muitos deles, alguns com mais de dez anos de atuação na escola, estão sendo deixados à própria sorte. "Os professores estão sendo deixados à própria sorte. Eles que têm que ir atrás de escola, ficar ligando para ver se tem vaga ou não", denunciou Vieira.
O caso da E.E. Jornalista Roberto Corte Real se insere em um contexto mais amplo de ataques à educação pública em São Paulo, segundo o representante sindical. Vieira mencionou ataques ao currículo escolar, à ação pedagógica e didática dos professores, e à autonomia dos conselhos de escola e grêmios estudantis. Ele também destacou o crescente problema de assédio moral nas escolas.
A instabilidade administrativa na região também foi apontada como um fator agravante. A Diretoria de Ensino de Carapicuíba, responsável pela área de Cotia, teve três dirigentes diferentes em apenas um ano.
Diante dessa situação, a comunidade escolar da E.E. Jornalista Roberto Corte Real está se mobilizando para lutar contra o fechamento da escola. Alunos, professores e moradores do bairro estão se organizando para resistir à decisão e buscar alternativas que mantenham a escola em funcionamento como unidade de ensino regular.
A audiência pública na Alesp serviu como um importante espaço para dar visibilidade à situação e buscar apoio político para a causa da comunidade escolar de Cotia. O caso da E.E. Jornalista Roberto Corte Real levanta questões sobre a gestão da educação pública no estado de São Paulo e a importância do diálogo com as comunidades afetadas por decisões administrativas.
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