Os contratempos na vida da coronel Marisa de Oliveira não permitiram que ela realizasse o sonho de infância em ser veterinária. No entanto, quando ingressou na Polícia Militar, em 1994, já tinha traçado um objetivo: trabalhar no Canil ou na Cavalaria.
A policial seguiu por um caminho diferente do sonho. Mas o tempo, 30 anos depois, não a fez desistir. A experiência adquirida em três décadas em diferentes unidades policiais forjou a profissional.
Uma sequência de escolhas levou a coronel Marisa a se tornar a primeira comandante mulher do 5° Batalhão de Polícia de Choque, responsável pelo Canil da Polícia Militar de São Paulo. A promoção ao posto máximo da carreira militar redefiniu o que significava ter um sonho próprio.
Pelos corredores do batalhão, localizado no Tremembé, zona norte de São Paulo, policiais descrevem Marisa como organizada, empenhada e dedicada à causa pública. “Não é só um trabalho bom, aquele que todo mundo espera, mas excelente, que ultrapassa as expectativas”, avalia um dos colegas na recepção da unidade.
A primeira passagem da policial pelo Canil foi há 20 anos. Na época, a tenente atuou em ocorrências que marcaram a sua carreira, como confrontos entre torcidas em estádios de futebol e até mesmo rebeliões em presídios.
“É uma realidade que nem todo policial está acostumado a ver, então tento trazer um pouco dessa experiência e de todos esses anos vividos na Polícia Militar aqui para o Canil. Foram vivências que me amadureceram e me fizeram crescer na profissão”, afirma a comandante, que também foi a primeira mulher a chefiar a Escola de Oficiais da PM.