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O papel das empresas de saneamento diante da crise hídrica

Por André Ricardo Telles*

Redação
Por: Redação
01/04/2025 às 13h44
O papel das empresas de saneamento diante da crise hídrica

O Brasil tem ondas de calor vívidas cada vez mais intensas, batendo recordes de temperatura e alterando significativamente a rotina da população. Em algumas cidades, as tarifas ultrapassam os 40°C e, com isso, o consumo de água dispara. O que muitos não percebem é que, por trás do simples ato de abrir uma torneira e se refrescar, há um sistema complexo que precisa funcionar sem falhas para garantir que essa água continue chegando a casas, hospitais, escolas e indústrias.

No entanto, os desafios são grandes. Em diversas regiões, o aumento da demanda, combinado com longos períodos de seca, levou a crises de abastecimento. As famílias precisam racionar água, os caminhões-pipa são enviados para áreas mais afetadas e as autoridades entram em estado de alerta. Mas até que ponto estamos preparados para enfrentar essa realidade que se tornará cada vez mais comum?

A crise hídrica não afeta apenas o presente. Ela coloca em risco o futuro. As mudanças climáticas continuarão impactando os padrões de chuva, tornando eventos extremos mais frequentes.

Além disso, o desperdício de água no Brasil agrava ainda mais o problema: cerca de 40% da água tratada é perdida devido a vazamentos e sistemas ineficientes. Esse número é alarmante e precisa ser limitado com urgência.

Diante desse cenário, as empresas de saneamento têm um papel importante na mitigação desses problemas. Investir em infraestrutura robusta, modernizar sistemas de distribuição e reduzir perdas de água são algumas das medidas necessárias para garantir que o abastecimento não seja interrompido nos momentos críticos.

No entanto, essas ações precisam ser acompanhadas de uma abordagem estratégica e inovadora.

Possuímos grandes tecnologias que oferecem soluções promissoras. A dessalinização da água do mar, amplamente utilizada em países como Israel, e o reuso de efluentes tratados para abastecimento industrial e fiscalização são exemplos de alternativas viáveis que podem aliviar a pressão sobre os mananciais.

Também é fundamental o fortalecimento da regulação e a ampliação de parcerias estratégicas entre o setor público e privado e o investimento em inovação. O enfrentamento da crise hídrica passa pela modernização do saneamento e pelo compromisso de todos os atores envolvidos com um futuro mais seguro e sustentável.

É preciso sair do discurso e adotar uma postura mais proativa. Empresas, governo e sociedade devem agir juntos para garantir que a água, um recurso vital para a vida, seja protegida e utilizada de forma sustentável.

Se queremos um futuro onde a escassez de água não seja uma realidade constante, precisamos encarar essa questão com seriedade e agir agora. A adaptação é simples, mas a inovação e o compromisso podem fazer toda a diferença.

*André Ricardo Telles é CEO da Ecosan, empresa de soluções sustentáveis para o tratamento de água e recuperação de efluentes. Pós-Graduado em Inovação na Universidade CUOA na Itália, com MBA pela FGV, Telles já publicou livros no Vale do Silício pela IBM-USA e está à frente de inovações que transformam desafios ambientais em soluções de engenharia eficientes e sustentáveis.

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