A Jornada de Descarbonização foi apresentada, nesta terça-feira (15/4), para empresários da região de Sorocaba, no interior de São Paulo. Mais de 120 pessoas estiveram presentes no evento realizado pela FIESP, pelo SENAI-SP e pelo SEBRAE-SP. Eles puderam conhecer de perto as ações que possibilitam às indústrias paulistas na transição para um futuro mais sustentável e competitivo.
Iniciativa conjunta das três instituições, a jornada é composta por consultorias e projetos estruturados em seis etapas que visam à redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE): diagnóstico, gestão de dados, inventário de GEE, otimização de processos, plano de redução e melhoria. O programa está disponível para todas as indústrias, sendo gratuito para aqueles com faturamento anual bruto de até R$ 8 milhões.
Com um PIB regional próximo a R$ 84 bilhões, o terceiro maior PIB regional do Estado, a região de Sorocaba é de extrema importância para contribuições para a descarbonização. Segundo Paulo Henrique Schoueri, diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Intersindical e vice-presidente da FIESP, os empresários locais precisam ter uma visão global para garantir a competitividade.
"Se as nossas empresas não se adaptarem para fornecer para grandes empresas da Europa, vão ficar para trás. O seu concorrente não está em Sorocaba ou em São Paulo, mas no Vietnã, na França, nos Estados Unidos. A nossa visão tem que ser global para ganharmos competitividade", ressaltou Schoueri.
A avaliação é a mesma do diretor regional do SENAI-SP, Ricardo Terra. Aos presentes, ele ressaltou que o Brasil tem uma enorme vantagem frente a outras nações, o que torna nossas empresas mais competitivas. Lembrou ainda que os impactos na indústria são grandes, sobretudo nas questões regulatórias e que todos precisarão atingir a neutralidade em 2050 para estarem de acordo com a legislação.
“As questões regulatórias estão postas. Deixamos de ter apenas barreiras alfandegárias, para também termos as barreiras de efeito de estufa, vinculadas à questão ambiental. E também temos as questões mercadológicas. Há uma pressão social para a redução de emissões. As empresas que têm capital aberto já estão sentindo a mudança, o que impacta também na cadeia de fornecedores. O dilema é: como as empresas de menor porte conseguirão participar dessa mudança? Por isso estruturamos esse programa", contou Terra.
Até 2035, o Brasil tem como meta reduzir as emissões de GEE entre 59% e 67% em relação a 2005, conforme sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no Acordo de Paris. Em São Paulo, o objetivo é alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme o compromisso firmado na campanha Race to Zero, da ONU – Organização das Nações Unidas.
O evento, realizado na Escola Senai "Luiz Pagliato", contou com a presença do Diretor Titular do Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp e do Diretor do Departamento de Desenvolvimento Intersindical, Roger Appolinário Perli, do Gerente de Relacionamento com o Mercado do Senai-SP, Marcello Luiz de Souza Júnior, do Consultor de Negócios do Escritório Regional do Sudoeste Paulista do Sebrae, Adriano Augusto de Souza e do Presidente Executivo do Sindbor, Reynaldo Megna.