Pelo terceiro dia consecutivo, cerca de 120 trabalhadores da limpeza de escolas municipais da capital aderiram à paralisação do setor, em protesto pelos recorrentes atrasos nos atrasos e benefícios. Ao todo, 15 unidades de ensino das regiões Leste e Sul, que juntas atendem mais de cinco mil alunos da rede pública, estão sem o auxílio dos profissionais. A Lume Serviços, empresa responsável pela higienização das unidades, ainda não deu previsão para a quitação dos subsídios e culpa a Secretaria Municipal de Educação (SME) pelos atrasos.
Entre as reclamações, o não pagamento do vale-refeição é por unanimidade, já que o benefício deveria ter sido depositado até o quinto dia útil de abril e, até o fechamento desta matéria, não havia sido quitado. Os trabalhadores afirmam ainda que a Lume vem atrasando regularmente os depósitos de FGTS, férias, gratificações e outras obrigações legais. “Desde o começo do ano tá essa bagunça. Num mês paga, no outro não paga. Depositam o VR [vale-refeição], depois o valor some. Muitos de nós estamos com o psicológico abalado. Muitas aqui são mães solteiras e dependentes dos benefícios pra viver”, disse um líder de equipe de uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) da região, que não quis ser identificado por medo de represálias da empresa.
Segundo o SIEMACO São Paulo, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados de limpeza na capital, foram várias tentativas de diálogo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), mas sem solução. “Foram três ofícios protocolados e uma reunião presencial com o gestor do contrato há duas semanas, sem que haja retorno sobre o fim desses atrasos repetidos. Estamos falando de famílias que dependem dessas interrupções. Se já houve o pagamento, Lume precisa explicar por que não pagou. Essa conta não fecha”, afirma André Santos Filho, presidente do sindicato.