O prefeito de Vargem Grande Paulista, Piter Santos, sofreu uma grande derrota na eleição do Legislativo. A Presidência da Câmara será exercida pelo vereador Maurinho eleito na chapa contrária ao governo e expõe fragilidade do seu governo na articulação política, o que pode indicar dificuldades na imposição da sua pauta.
A Presidência foi vencida pela chapa encabeçada pelo vereador Maurinho, aliado do ex-prefeito Josué Ramos, que apoiou a ex-prefeiturável Dra. Larissa. Já o candidato de Piter Santos à presidente da Casa, Zezinho Tapeceiro, que em uma manobra política deixou a Secretaria Gabinete na sexta-feira, 9 de maio, para retornar ao Legislativo, e amargou uma derrota contundente, que deixou de sobressalto a gestão quem ostenta o slogan ‘VGP de cara nova’. Por não conseguir emplacar seu pupilo ao comando do Legislativo, a derrota de Piter é emblemática, e ressalta o distanciamento do Executivo com o Legislativo logo nos primeiros meses de governo, tornando a governabilidade da atual gestão cada vez mais distante para 2026.
A vitória da oposição mostra a fragilidade da articulação política de Piter Santos. Nos bastidores há relatos de dificuldade de relacionamento do Prefeito com vereadores da sua própria base e também com os eleitos na oposição. A situação é ocasionada pelo desmonte das políticas públicas construídas ao longo dos anos, enfrentamento do Prefeito com servidor público – gravou um vídeo ameaçando funcionários de exoneração e ainda tirou gratificações de trabalhadores do baixo escalão da saúde – e também pesa o fato de não ter realizado entregas significativas.
Prova disso é a composição da mesa diretora para 2026, que tem os vereadores eleitos com Piter Santos integrados ao grupo contrário a ele, Tom como vice e Ney na 1ª secretaria. A dupla de parlamentares foi muito ativa na campanha de Piter à Prefeitura, porém, a relação de confiança parece não ter vingado após as primeiras ações do novo governo.
Vale destacar que a instabilidade política é marca do início da gestão de Piter Santos. Promessas de campanha, como o fim da Zona Azul e a não contratação de parentes para cargos de confiança não foram cumpridas. O estacionamento rotativo continua em vigor na cidade.
Falando como decano da Casa na sessão em que foi eleito 1º secretário, o vereador Ney minimizou a derrota imposta a Piter, afirmando que a eleição da mesa com Maurinho na presidência é uma questão administrava e não uma afronta ao governo, mas alfinetou o atual prefeito ao homenagear o pai de Maurinho, o ex-secretário de Josué Ramos Mauro da Oficina, que foi vereador com Ney por cinco legislaturas, ao enaltecer suas qualidades, dentre elas o compromisso com a palavra.