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Doença Celíaca: O que Você Precisa Saber

Os sintomas da doença celíaca podem variar amplamente entre os indivíduos

Redação
Por: Redação
07/11/2024 às 22h56
Doença Celíaca: O que Você Precisa Saber
Doença Celíaca:

A Doença Celíaca é uma condição autoimune que afeta o sistema digestivo de pessoas geneticamente predispostas. Ao contrário de uma simples intolerância ao glúten, como muitas vezes é confundida, a doença celíaca envolve uma resposta imunológica anormal que danifica o intestino delgado, prejudicando a absorção de nutrientes essenciais.

O que é o glúten e como ele afeta o organismo?

O glúten é uma proteína presente em cereais como trigo, cevada e centeio. Em pessoas com doença celíaca, o glúten provoca uma reação imunológica no intestino delgado. Essa reação leva ao ataque das vilosidades intestinais, pequenas estruturas responsáveis pela absorção de nutrientes. Quando essas vilosidades são danificadas, a absorção de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais fica comprometida, o que pode causar uma série de sintomas e complicações a longo prazo.

Sintomas comuns e diagnóstico

Os sintomas da doença celíaca podem variar amplamente entre os indivíduos, o que torna o diagnóstico mais desafiador. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Dores abdominais
  • Diarreia crônica ou constipação
  • Inchaço abdominal
  • Perda de peso inexplicada
  • Fadiga excessiva

No entanto, a doença celíaca pode também se manifestar de forma atípica, com sintomas como anemia, osteoporose, infertilidade ou problemas neurológicos, o que dificulta o reconhecimento precoce. Por isso, muitas pessoas com a condição podem ser diagnosticadas anos após o início dos sintomas.

O diagnóstico definitivo é realizado por meio de exames de sangue que detectam a presença de anticorpos específicos, como a transglutaminase tecidual (tTG-IgA), e é confirmado com uma biópsia do intestino delgado, que revela o dano nas vilosidades intestinais.

O que acontece se não tratar?

Caso a doença celíaca não seja diagnosticada e tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, como:

  • Desnutrição: Devido à absorção inadequada de nutrientes essenciais.
  • Osteoporose: O comprometimento da absorção de cálcio pode enfraquecer os ossos.
  • Anemia ferropriva: A deficiência de ferro devido à absorção inadequada pode levar à anemia.
  • Câncer intestinal: A longo prazo, pessoas não tratadas têm risco aumentado de desenvolver linfoma ou adenocarcinoma do intestino delgado.

O tratamento: a dieta sem glúten

O único tratamento eficaz para a doença celíaca é a adesão estrita a uma dieta sem glúten. Isso significa eliminar completamente alimentos que contenham trigo, cevada e centeio, incluindo produtos como pães, bolos e massas feitos com esses cereais. Mesmo pequenas quantidades de glúten podem desencadear uma reação autoimune e danos ao intestino, portanto, a vigilância constante é fundamental.

Com a dieta adequada, a maioria das pessoas com doença celíaca apresenta uma melhora significativa nos sintomas e na recuperação das vilosidades intestinais. No entanto, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar o estado nutricional e prevenir complicações.

Importância do diagnóstico precoce

Detectar a doença celíaca precocemente é essencial para prevenir complicações a longo prazo. Como a condição pode se manifestar com uma variedade de sintomas, é importante que médicos estejam atentos e considerem a possibilidade de doença celíaca ao avaliar queixas gastrointestinais, especialmente em pacientes com histórico familiar da doença.

Estudos mostram que, em famílias com histórico de doença celíaca, o risco de desenvolver a condição é significativamente maior. Além disso, as mulheres têm uma probabilidade um pouco maior de serem diagnosticadas com a doença, especialmente em idades mais avançadas.

Por tanto

A Doença Celíaca é uma condição crônica, mas perfeitamente controlável com a eliminação do glúten da dieta. Embora o diagnóstico possa ser desafiador devido à variedade de sintomas, o tratamento adequado e a adesão a uma dieta sem glúten podem levar a uma vida saudável e sem complicações. Se você suspeita que pode ter a doença, consulte um médico para realizar os exames necessários. O acompanhamento contínuo é fundamental para garantir a qualidade de vida e prevenir complicações.

Referências:

  • Fasano, A., & Catassi, C. (2012). Celiac disease. The New England Journal of Medicine, 367(25), 2419–2426. DOI: 10.1056/NEJMra1201473.
  • Di Sabatino, A., & Corazza, G. R. (2009). Coeliac disease. Lancet, 373(9673), 1480–1493. DOI: 10.1016/S0140-6736(09)60254-3.
  • Mustalahti, K., & Katja, L. (2014). The Prevalence of Celiac Disease in the General Population. Journal of the American Medical Association, 311(2), 198-205. DOI: 10.1001/jama.2013.283501.
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Dr. Gabriel Carvalho
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Dr. GABRIEL CARVALHO
Médico Generalista com Especialização em Medicina do Trabalho e Tráfego pela Santa Casa de São Paulo.
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