Todos nós sabemos que o carnaval - principiológico - tem origem europeia. A história da festividade remonta à antiguidade, numa época que era celebrada a chegada da primavera e o fim do inverno. O tronco linguístico da palavra carnaval advém do latim, significando “retirar a carne”.
Chegou ao Brasil no século XXII, pelas mãos dos portugueses. Aqui, em seu ponto maior de sincretismo, teve influência dos indígenas e dos africanos, corroborando com o surgimento de novas formas de comemorar a festividade, desde os blocos carnavalescos de rua, passando pelas escolas de samba que desfilam nos sambódromos.
Essa mistura - produzida pelas mãos geniais da periferia brasileira - proporcionou ser o movimento cultural mais popular do planeta terra. E é neste contexto que subtraímos, também, a dicotomia entre o bem e o mau. Todos os anos a população se divide, criando grupos que concordam e discordam com a realização desta festividade. E, para além disso, a “demonização” do carnaval passa também pela disseminação de filtros racistas e de aporofobia, por ser, basicamente, uma festividade popular e que exalta a historicidade negra.
“Na casa de Ogum, Xangô me guia.”.
As escolas de samba representam a mística da brasilidade africana. Dos Orixás, das cantigas de jejê e nagô, passando pela sabedoria iorubá, tudo que é apresentado exalta a tecnologia afro-brasileira em seu mais alto patamar de consagração e excelência.
E há de nós se não fosse o carnaval, momento em que o morro e a periferia desce para o asfalto e apresenta toda sua sabedoria empírica aos olhos de uma grande platéia.